sexta-feira, 28 de março de 2014

Teimosias, escreveu ele!

Gosto de encontrar pessoas novas, interessantes, inteligentes. Gosto quando essas pessoas são também motivadas e se empenham nas mesmas causas que eu, quando podemos debater assuntos diferentes, quando aprendo alguma coisa.

Não sei de heráldica, de brasões, dos significados. Mas esta semana aprendi umas coisas...

Este é o brasão da nossa freguesia. De todas as pertencentes ao concelho de Góis, a de Alvares é a única que tem quatro torres no seu brasão, à semelhança de Góis.

A lei é de 4 de Abril de 1930. Por parecer compulsório da secção de heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, a Direcção Geral da Administração Pública obrigou as comissões administrativas das Câmaras Municipais a legalizar os brasões dos municípios, que já existiam, mas que careciam de ser sistematizados e oficializados. Ou mesmo actualizados, dada a disparidade entre a data da sua criação(alguns com centenas de anos) e a evolução que a região sofrera entretanto.

A regra em vigor é de que freguesias urbanas ou povoações simples sejam representadas por uma coroa mural de três torres. Quatro torres indicam uma vila, como é o caso de Alvares.

As cidades, pela sua grandeza, serão representadas com cinco torres na sua coroa mural que será de prata ou, no caso da capital do país, de ouro. De resto, tudo tem significado: cor, forma, partição do fundo, elementos colocados...

Seguindo o link que me foi enviado sob o título bem-humorado "Teimosias", Vexiloloxia e Heráldica Portuguesas (Wikipedia, artigo revisto) descobri que a heráldica portuguesa tem sido utilizada, pelo menos, desde o séc. XII (11...), mas, surpresa das surpresas, tem os seus fundamentos mais claros no reinado de D. Manuel I. E este rei já me diz qualquer coisa...

Lembro-me de gostar muito da disciplina de história, nos tempos de escola, mas isso já foi há muito tempo. Lamentavelmente, nas limpezas de primavera, o meu cérebro lá terá arrumado o conjunto de conhecimentos que adquiri na altura (que adquiri! os meus testes assim o comprovavam!) numa qualquer gavetita mais fundeira a que acedo com dificuldade. Pouco me lembro, confesso. 

Para escrever esta crónica (e mais uma ou duas coisitas que serão surpresa) li um pouco sobre o reinado de D. Manuel I, O Venturoso. Teve a sorte (?) dos tempos serem bem diferentes dos actuais e governou Portugal em franca expansão marítima, em tempos de riqueza e opulência. Mas, pelos registos, não se limitou a esbanjar a riqueza que crescia quase sem esforço: organizou, planeou, legislou. Reformulou. Renovou. Deu força e estabeleceu bases comuns ao já existente, definiu, para que todos se entendessem. E permitiu e potenciou o crescimento.

D. Manuel I, O Venturoso. Tenho a impressão que vos vou continuar a falar dele...

E, uma questão se levanta - o brasão de Alvares ostenta uma coroa mural de quatro torres, equiparável, na nossa região, à de Góis. Acrescento, de sobrolho franzido, em ar intrigado... huuuummmm!?!

Obrigada, JBH!!!!

Um abraço.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Foi Carnaval, nínguem leva a mal o... Roddeon!!!


Nos últimos anos temo-nos habituado ao Corso Carnavalesco da Roda Fundeira. Este ano, não houve... Mas começámos o ano em festa e ainda não vos mostrámos a respectiva reportagem. E, pegando no título, foi Carnaval, ninguém leva a mal que falemos antes daquele que baptizámos como Roddeon!... 

Precisar o número de anos há que não fazia a passagen de ano na Roda Fundeira seria um exercício de memória algo trabalhoso. Lembro-me, no entanto, de andar a pintar madeixas azuis e douradas pelos convivas que se juntaram na Eira Nova, independentemente do credo, idade ou cargo na Comissão de Melhoramentos....acho que o Ti Albino só se escapou pela falta do que pintar. Porque lá rir-se da animação, bem que se riu!

Quando, este ano, tudo se começou a encaminhar para nos juntarmos lá... Foi À última da hora, mas foi!

Éramos 3 famílias, ou seja, 20 pessoas. Pouquitos, como de costume, para começar. Depois envolvemos os restantes aldeões, no vedadeiro espírito rodafundeirense: boa comida, boa bebida e a melhor animação!

Ficam as fotos. A missa e leilões da festa do 1º de janeiro, em Honra de Nosso Senhor dos Aflitos, Padroeiro da aldeia. Anunciaram-se os mordomos para o ano de 2014, Prazeres Hemriques e António Lopes.




A preparação para a noite, que se previa longa, cada um a seu modo...levámos e fizemos tudo, pelo que houve quem ficasse mais 5 ou 10 minutitos na cozinha e não aparecesse tanto nas fotos...




  

O banquete foi variado, mas pouco tradicional...leitão assado e bacalhau com natas, resmas de entradas variadas: salgados deliciosos, pães variados, queijos... E, claro, tudo bem regado...




Conseguimos que sobrasse uma ou duas, que reverteram a favor da Comissão de Melhoramentos da Roda Fundeira...







Com a diferença de fuso horário, gritámos ''feliz 2014'' às 00:03. Só porque antes tínhamos de cantar o hino nacional. E continuámos a cantoria pela noite adentro, com os do costume, os mais reservados, e até com grandes surpresas com direitos de autor ainda a negociar para podermos revelar tudo aqui. O que é certo é que, como a Missa e os leilões estavam feitos, ninguém precisou de se levantar muito cedo no dia seguinte. E nem o frio gelado, daquele que nos deixa contar os ossos, desmotivou. Foi bom!

Terrível foi ter de voltar no dia um, a viagem cada vez mais curta, mas de regresso de festa...


Fica o registo do início dos convívios deste ano que se quer memorável pela comemoração dos 80 anos da Comissão de Melhoramentos da Roda Fundeira. Foi uma iniciativa particular, é certo, mas fomos 26 a trazer vida à casa de convívio. Honrámos assim quem teve a ideia peregrina de a construir, e quem trabalhou para a manter ao longo de todos estes anos - Povo da Roda Fundeira, Relva da Mó e seus amigos. A nossa Casa serve para isto, para manter as aldeias unidas, para que possamos continuar a conhecer-nos, a gostarmos de estar juntos, a saber conviver e manter este espírito de começar a petiscar depois da Missa e só parar às 4 da manhã.

Foi um bom mote para o início deste ano. Vamos continuar? Afinal, para além de 80 anos...também deveremos festejar 500....

Um abraço.